Era uma vez uma cidade muito
distante onde as crianças eram muito mal-educadas. Todas comiam
de boca aberta, falavam de boca cheia, faziam bagunça na escola
e falavam tudo errado.
Pedrinho e João eram muito amigos. Estudavam na mesma sala e iam
juntos para a escola.
Certa manhã, Joãozinho tocou a campainha na casa do Pedro.
- Vamô Pedrinho, tamo atrasado, Você vai sem brusa? Hoje tá
frio ingual onti!
Pedro voltou pra dentro de casa e voltou com seu casaquinho.
- João. Me ajuda a ponhá meu casaco?
- Craro, amigo!
E lá foram eles para a escola. No caminho passaram pelo seu Manoel
da Padaria, ambos fizeram sinal de positivo para eles e disseram: - Beleeezaaaa
Mané?
Chegando na escola, Pedro e João logo encontraram Mariana e Carlinhos
na porta.
Deu o sinal e João disse para todos: - Vamos lá pra drento?
Dona Filomena, a professora, já esperava por eles. E a aula começou.
- Professora, me dá lápis pra mim desenhar, pediu João.
- Em primeiro lugar, mim não faz nada! Em segundo, faz favor do
quê?
- Professora. Por favor, me dê lápis de cor, para eu desenhar
- Agora sim, Joãozinho, levanta e vem buscar. Como se fala?
- Obrigado professora!
Dona Filomena explicava a conjugação de verbos, qundo Pedro
interrompeu
- Professora! Nóis vai poder brincar no recreio?
A aula transcorria sem problemas, quando dona Filomena percebeu que João
e Pedro estavam distraídos fazendo bagunça.
Os amigos estavam fazendo uma coisa muito feia: estavam fazendo uma "guerra"
de caca de nariz. Faziam bolinhas de meleca e jogavam um no outro.
Uma das cacas acertou o cabelo de Mariana, que protestou: Que nojento!
A professora interferiu e mandou os amigos para a Diretoria.
A diretora, Dona Maria do Carmo, deu uma bronca daquelas neles. Aproveitou
para exigir que ambos escovassem melhor os dentes.
- Eu não estou abafado!, protestou Pedro.
Na saída da sala da diretoria, Mariana esperava-os.
- Quem ponhou essa meleca no meu cabelo? Vou falar pro meu irmão
catá o culpado - ameaçou a garota.
Digão, o mano da Mari, era o garoto mais forte e temido da escola
e costumava bater nos meninos menores. Era mesmo a terra das crianças
feias.
Na a aula continuava:
Eu ponho, tu pões, ele põe, nós pomos, vós
pondes, eles põem.... ensinava Dona Filomena.
Gostaria de dedicar este conto a todos os professores,
pais e mães que, no dia-a-dia se dedicam a educar seus alunos e filhos,
dando especial atenção à forma como falam, corrigindo-lhes
os erros e vícios de linguagem.
O
PAPO DO PAULINHO
O Paulinho é meu brother há
quase vinte anos - imaginem o que o coitado já não agüentou!
Quando eu o conheci, os dois éramos jornalistas. Hoje já saí
dessa vida, mas ele, que tem muito mais vocação e talento
que eu, continua firme e forte... E ainda escreve contos, o danado. |