Paulo Coutinho é jornalista, pós-graduado em Comunicação e Marketing pela Faculdade Cásper Líbero e diretor da Artigo Comunicação - empresa que atua na área de Comunicação Empresarial. É também professor de cursos de extensão em Comunicação nessa mesma escola
A TERRA DAS CRIANÇAS FEIAS

Era uma vez uma cidade muito distante onde as crianças eram muito mal-educadas. Todas comiam de boca aberta, falavam de boca cheia, faziam bagunça na escola e falavam tudo errado.
Pedrinho e João eram muito amigos. Estudavam na mesma sala e iam juntos para a escola.
Certa manhã, Joãozinho tocou a campainha na casa do Pedro.
- Vamô Pedrinho, tamo atrasado, Você vai sem brusa? Hoje tá frio ingual onti!
Pedro voltou pra dentro de casa e voltou com seu casaquinho.
- João. Me ajuda a ponhá meu casaco?
- Craro, amigo!
E lá foram eles para a escola. No caminho passaram pelo seu Manoel da Padaria, ambos fizeram sinal de positivo para eles e disseram: - Beleeezaaaa Mané?
Chegando na escola, Pedro e João logo encontraram Mariana e Carlinhos na porta.
Deu o sinal e João disse para todos: - Vamos lá pra drento?
Dona Filomena, a professora, já esperava por eles. E a aula começou.
- Professora, me dá lápis pra mim desenhar, pediu João.
- Em primeiro lugar, mim não faz nada! Em segundo, faz favor do quê?
- Professora. Por favor, me dê lápis de cor, para eu desenhar
- Agora sim, Joãozinho, levanta e vem buscar. Como se fala?
- Obrigado professora!
Dona Filomena explicava a conjugação de verbos, qundo Pedro interrompeu
- Professora! Nóis vai poder brincar no recreio?
A aula transcorria sem problemas, quando dona Filomena percebeu que João e Pedro estavam distraídos fazendo bagunça.
Os amigos estavam fazendo uma coisa muito feia: estavam fazendo uma "guerra" de caca de nariz. Faziam bolinhas de meleca e jogavam um no outro.
Uma das cacas acertou o cabelo de Mariana, que protestou: Que nojento!
A professora interferiu e mandou os amigos para a Diretoria.
A diretora, Dona Maria do Carmo, deu uma bronca daquelas neles. Aproveitou para exigir que ambos escovassem melhor os dentes.
- Eu não estou abafado!, protestou Pedro.
Na saída da sala da diretoria, Mariana esperava-os.
- Quem ponhou essa meleca no meu cabelo? Vou falar pro meu irmão catá o culpado - ameaçou a garota.
Digão, o mano da Mari, era o garoto mais forte e temido da escola e costumava bater nos meninos menores. Era mesmo a terra das crianças feias.
Na a aula continuava:
Eu ponho, tu pões, ele põe, nós pomos, vós pondes, eles põem.... ensinava Dona Filomena.


Gostaria de dedicar este conto a todos os professores, pais e mães que, no dia-a-dia se dedicam a educar seus alunos e filhos, dando especial atenção à forma como falam, corrigindo-lhes os erros e vícios de linguagem.
O PAPO DO PAULINHO

O Paulinho é meu brother há quase vinte anos - imaginem o que o coitado já não agüentou! Quando eu o conheci, os dois éramos jornalistas. Hoje já saí dessa vida, mas ele, que tem muito mais vocação e talento que eu, continua firme e forte... E ainda escreve contos, o danado.
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