ENCONTRO :: Eduardo Oliva

Paulinho muitas vezes não sabia os nomes das coisas, mas sentia.
Era uma tarde quente, a mãe como de costume foi buscá-lo na escolinha. Quando ia atravessar a rua, encontrou uma menina. Não sabia o porquê de seu pequeno e selvagem coração pulsar mais forte e de um desejo súbito de ir ao encontro da garota.
O sinal estava fechado, ele largou a mão da mãe e se aproximou da menina, que estava segurando a mão da mãe. Disse instintivamente: "Quer ser minha amiga?". E deu uma bitoca na boca da menina. Sentiu um gosto de doce: "Parece bala", pensou. Os lábios da menina estavam melados de pirulito. Tinha comido na sobremesa depois do lanche.
O sinal ficou verde, a mãe do Lúcio o pegou e brigou com ele. Não podia largar sua mão, "poderia acontecer um acidente". Mas no fundo estava emocionada com o filho: " Como ele é carinhoso..."
A outra mãe não ligou muito, tinha pressa para preparar um jantar gostoso. O marido ia chegar de viagem.
As duas crianças se olharam outra vez. Desejaram sem saber a razão de se encontrarem outra vez.

Blog do Eduardo Oliva: http://dudu.oliva.blog.uol.com.br

Voltar Subir